sábado, 1 de outubro de 2011

Uma Igreja Viva dedicada ao ensino

Compete à igreja pregar, curar e ensinar. Pelo menos é assim que atuava e nos ensina o Mestre dos mestres, Jesus de Nazaré. Segundo o relato do Evangelho Jesus percorria todas as cidades da Galileia e desenvolvia um ministério tridimensional: pregando, curando, ensinando. Assim ele cuidava das multidões exaustas e aflitas como ovelhas que não tem pastor (Mateus 9). Sem departamentalizar o homem, que é um ser indivisível, didaticamente pode-se dizer que, em sua missão, Jesus se preocupa com a alma (pregar), o corpo (curar) e a mente (ensinar).

Desde os primórdios, Deus ensinava preciosas lições ao seu povo. E recomendava compartilhar com as novas gerações: as palavras estão em teu coração e delas falarás em todo tempo, lugar e circunstância (veja Deuteronômio 9 e compare com Salmos 78). Este compromisso sempre foi levado a sério e muito valorizados pelos judeus. Na nova aliança, Jesus ensina às multidões, sendo reconhecido como “mestre”, aliás, como “Mestre dos mestres”. Em consequência, as igrejas neo-testamentárias sempre valorizaram e se preocuparam com a área do ensino. Estrategicamente, os primeiros missionários utilizaram como estratégia visitar sinagogas e escolas da época, um ambiente propício e receptivo para compartilhar a fé.

Seguiu-se a mesma tradição ao longo da história da salvação. Reformadores como Lutero e Calvino defenderam e estimularam a edificação das escolas paroquiais: “ao lado de cada igreja, uma escola”. A igreja desenvolve a missão educacional como agência do reino em obediência à Palavra de Deus e interessada no bem-estar da comunidade. Pais protestantes batizam os seus filhos, e no ato do batismo prometem matriculá-la numa escola. Daí o baixo índice de analfabetismo em países de tradição protestante. Ao redor do mundo não são poucas as escolas e universidades criadas e mantidas por igrejas protestantes que sempre reconheceram a importância do segmento educacional como fator de progresso e desenvolvimento. Então, não é por acaso que os protestantes fundaram e mantêm respeitáveis instituições de ensino em diferentes partes do mundo. Houve ocasiões em que as igrejas (principalmente católicas) até misturaram a evangelização com a educação, transformando as escolas em ambientes de catequese e até de proselitismo. A igreja cumpre a sua missão e não pode (jamais deveria) omitir-se ou se negligenciar nesta divina tarefa de educar. Afinal, a educação pode transformar a nação e sua gente num povo muito melhor!

Ao longo da história acredita-se que a família é a primeira escola. Em casa aprendem-se palavras, lições, ensinamentos, e também práticas. A Bíblia recomenda aos pais a ensinar as crianças desde a mais tenra idade. Em casa, todos recebem alguma instrução, porém, vê, observa, reproduz. Então, os pais não podem terceirizar a educação dos filhos. Nem transferir a sua formação à escola; e a sua educação religiosa à igreja. Mas, podem andar de mãos dadas: a família, a escola e a igreja, numa ação conjunta capaz de preparar melhor as pessoas como cidadãos da terra, mas de olhos nos céus!

A igreja tem no ensino (didaque), uma das suas principais estratégias missiológicas. E também pode contribuir com a formação de pessoas, no que se refere à capacitação, qualificação, preparação para enfrentar os desafios da vida! Pessoas bem preparadas podem ser instrumentos valiosos aos propósitos divinos do reino. Se o apóstolo Paulo pode discutir e pregar aos gregos no Areópago de Atenas (atos 17) é porque conquistou formação diferenciada nos vários campos do saber. E em seu confronto com os filósofos gregos utiliza a própria cultura (inclusive religiosa) para ministrar a palavra ao seu público.

A missão educacional da igreja é ampla. Não se limita às escolas ou universidades. Nem tampouco às suas atividades educacionais internas: escola dominical, cursos, estudos, congressos, acampamentos, grupos de estudos, aulas. Há campanhas educativas e mobilizações legítimas e necessárias capazes de marcar a presença da igreja na comunidade e contribuir com o bem-estar na nação! Além de cumprir uma missão profética e integral, essas ações conquistam e atraem as pessoas para uma vida séria com Deus, na qual “fé e obras” se completam e se entrelaçam aos ideais do Reino!

Que esta oportunidade sensibilize e mobilize a comunidade para o cumprimento de sua missão docente neste tempo, neste lugar, nesta hora!

Rev. Wilson Emerick

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