“Pregadores que não se preocupam em expor a Palavra — pois a
sua missão é movimentar as massas — se valem de perguntas como esta: “Tem
sapato de fogo aí, irmão?” Com muita tristeza assisti a um vídeo em que alguém
que já foi considerado, unanimemente, o maior expoente da Assembléia de Deus no
Brasil participa de um espetáculo deprimente. No tal vídeo, o pregador é
chamado por um animador de auditório, que, apertando a sua mão, pergunta-lhe:
“Pastor fulano, tem sapato de fogo? Tem sapaaato?” E ele balança a cabeça, em
sinal de aprovação. Quer saber o que aconteceu? Bastou um sopro — e não um soco
— para levá-lo à lona, quer dizer, ao chão… Fiquei pensando: Meu Deus, um homem
que já foi um referencial para muitos jovens pregadores, um defensor das
verdades centrais da fé cristã, alguém que admirei, cujos livros e comentários
bíblicos para escola dominical eu li, caído ao chão… E ainda acreditando que
está certo. Que Deus nos guarde, e que vigiemos, a fim de que jamais
apostatemos da fé” – (ZIBORDI, Ciro S. Erros que os Pregadores devem evitar,
CPAD, Passim).
Este texto foi extraído de um livro Pentecostal, publicado
pela CPAD – Editora da Assembléia de Deus. O Episódio mencionado aparece em um
video do Youtube, quando o “apóstolo” Paulo Moura promove um frenesi maluco e
vai buscar na tribuna o Pr. Gesiel Gomes para participar do “reteté”. Moura
pergunta ao Gesiel: “Tem sapato de de fogo? Tem sapaaaaato?!!”, e Gesiel cai no
chão.
Dizendo-se cheios do Espírito, os adeptos desse novo “mover
do Espírito” na igreja começaram a manifestar-se de maneira estranha e até
exótica. Em dado momento, todos punham-se a rir de maneira incontrolável;
alguns chegavam a rolar pelo chão. Justificando essa bizarria, alegam tratar-se
de santa gargalhada. Outros vão mais longe: não se limitam ao estrepitoso dos
risos e saem urrando como se fossem leões; balindo, como carneiros; ou
gritando, como guerreiros. E ainda outros “caem no Espírito”.
Embora existam casos de prostração na Bíblia sagrada (Ez
1.28, 43.3; Dn 10.8-9; At 9.4), estes eventos tratam de experiências
espirituais e não de doutrina bíblica, pois como diz Claudionor Correia de
Andrade, outro teólogo pentecostal: “(o cair no Espírito) não têm foro de
doutrina, nem argumentos para se alicerçar um costume, nem para se reivindicar
uma liturgia; não podem sacramentar alguma prática. Afinal, reação é reação;
apesar de semelhantes, diferem entre si. Como hão de fundamentar dogmas de fé?”
Infelizmente para a galera do “Avivamento Extravagante” a
experiência está acima da Bíblia, e esse pentecostalismo subjetivo tem levado o
movimento ao descredito. Somente Deus para livrar a Igreja do poder desses
enganadores, animadores de auditório, que se insurgem contra a Palavra de Deus
colocando os seus sentimentos acima da vontade do nosso Senhor.
Quanto ao tal “Sapato de Fogo”, cabe dizer que além de não
ser bíblico, é de uma inutilidade tremenda. Para que serve um sapato de fogo?
Só se for para esquentar os pés, e ainda assim existe o perigo de se queimar a
meia… Enquanto os seguidores de modismos buscam o tal sapato de fogo, Deus em
sua Palavra nos ensina a “calçar os pés na preparação do evangelho da paz” (Ef
6.15).
Por Leonardo Gonçalves
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