domingo, 29 de janeiro de 2012

Boletim Informativo - 29/01/2012

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Como ler e compreender a Bíblia


Muitas vozes têm se levantado – e com razão – para dizer que uma crise de interpretação bíblica está em curso. Embora a Bíblia Sagrada seja o livro de maior circulação no mundo e os cristãos, estimados em mais de 2,3 bilhões de pessoas, sejam o maior grupo religioso do planeta, é preciso salientar que tal crise não envolve exatamente o declínio do número de leitores que reconhecem a autoridade das Sagradas Escrituras como Palavra de Deus. O problema é de outra natureza, bem mais sutil – e preocupante. Acontece que muitos que leem e interpretam o livro sagrado da fé instituída por Jesus não o fazem, necessariamente, do ponto de vista cristão.

Em tempos de pragmatismo exacerbado em praticamente todas as áreas de atividade humana e de uma crescente importância ao chamado bem estar do indivíduo, mais e mais pessoas têm enxergado a Bíblia como uma espécie de panaceia para todos os males e angústias. Textos e princípios da Palavra de Deus são empregados ao arrepio da boa hermenêutica, no objetivo de estimular, e até mesmo justificar, mesmo as práticas mais mesquinhas. Livros, pregações e palestras de cunho cristão prometem soluções bíblicas para se ter sucesso nas finanças, boa saúde, relacionamentos amorosos bem sucedidos – vitória, enfim, em todas as áreas. Assim, cada crente é incentivado a ver aplicações práticas de sua fé em vários aspectos da vida, com se a Bíblia fosse um “livro-resposta” para toda a sorte de necessidades e problemas.

Entretanto, esse tipo de mensagem, centrada no indivíduo e em suas preferências, carece de uma interpretação da Bíblia como um livro que questiona as necessidades essenciais do ser humano ou que aponta para muito além delas. E não são apenas os escritores e preletores bem-intencionados que falham em oferecer uma abordagem bíblica realmente cristã. Vários estudiosos interpretam as Escrituras como parte da História antiga, utilizando-a somente como mais um elemento para responder a questões arqueológicas e sociológicas sobre a Antiguidade. Outros tentam reconstruir o pensamento de um livro ou de um autor específico à luz da modernidade. Há quem seja capaz de escrever profundos ensaios sobre a teologia de Paulo sem considerar, em momento algum, que Deus esteja falando às pessoas de seu tempo por meio dos textos antigos do apóstolo – sem falar naqueles que procuram fazer uma correlação entre o contexto histórico de uma passagem com o mundo atual, mas, inadvertidamente, sugerem que muitos cristãos não são capazes de entender a Palavra de Deus por não terem a necessária formação acadêmica.

Em parte, devido a inadequações tanto na leitura popular quanto acadêmica da Bíblia, um número crescente de estudiosos passou a defender o que chamam de “interpretação teológica das Escrituras”. Eles incentivam uma leitura do texto bíblico como instrumento de autorrevelação divina e de salvação do homem por meio de Jesus, enredo central de toda a narrativa do Antigo e do Novo Testamento. Esta escola de interpretação inclui uma grande variedade de práticas, mas todas elas visam a promover o conhecimento do Deus Trino e o discipulado cristão por meio das Escrituras.

Quando se examina a interpretação bíblica, é preciso prestar atenção à chamada teologia funcional, ou seja, o fato de que a maneira como se usa a Bíblia reflete as convicções que se têm a respeito dela. Existem, basicamente, duas abordagens comuns para a utilização das Escrituras. Alguns leitores se voltam para a Bíblia como se tivessem em mãos o projeto de construção de um prédio. Em seguida, passam a tentar encaixar passagens isoladas como se fossem os tijolos. Tal prática parte do princípio de que já se sabe o sentido maior das Escrituras – portanto, a tarefa de interpretação bíblica se torna uma questão apenas de descobrir onde determinada passagem se encaixa no sistema teológico defendido por cada um.

Outros preferem uma abordagem do tipo self-service. Nesta ótica, muito empregada hoje em dia, a Palavra de Deus é como um enorme buffet de comida a quilo – cada um escolhe o que vai consumir à vontade, de acordo com suas preferências teológicas e interesses. Em ambas os casos, tanto o do projeto de construção quanto o do self-service, as Escrituras são usadas no sentido de atender a um propósito pessoal. Quem está no controle é o usuário; ele pode até reconhecer a autoridade bíblica, desde que ela confirme suas ideias preconcebidas ou o abasteça com conselhos divinos acerca de suas necessidades. Os leitores que trazem consigo seu próprio projeto pré-concebido acreditam que não se pode ler as Sagradas Escrituras sem trazer à tona algum entendimento. Já os do tipo self-service acreditam que a Bíblia é um livro pelo qual Deus fala diretamente com eles.

“REGRA DE FÉ”

Uma leitura teológica das Escrituras faz uso das duas suposições, embora de uma forma muito mais profunda e completa. É como se, em vez de fornecer ao leitor um projeto detalhado, a análise teológica da Bíblia trouxesse uma espécie de mapa de viagem. Tal mapa, entretanto, não nos oferece todas as respostas sobre qualquer texto em particular. Em vez disso, a leitura é o começo de uma jornada na qual Deus, através de sua Palavra, vai ao encontro do indivíduo repetidas vezes, trazendo reconfortantes sinais de sua presença e surpresas que podem até confundir, mas também descortinam novas perspectivas. A leitura bíblica, portanto, não tem a ver com a montagem de um quebra-cabeças, mas com a resolução de um mistério. Através das Escrituras, encontramos nada menos que o misterioso Deus Trino, em pessoa.

Os primeiros cristãos também ensinavam que os seguidores de Jesus deveriam aproximar-se das Escrituras com uma espécie de mapa teológico básico em mãos. Por volta do segundo século, Irineu falou sobre a “regra de fé”, como forma de entender os princípios básicos com os quais os crentes ortodoxos (em oposição aos gnósticos) deveriam aproximar-se da Palavra de Deus. Essa regra de fé não foi criação de algum estudioso em particular, mas provinha do Evangelho e da identidade cristã, fundamentada no batismo: quem lia as Escrituras o fazia como seguidor de Jesus, batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Assim, os primeiros credos batismais, ou declarações de fé, tinham um caráter trinitário – como o Credo Apostólico, por exemplo – e forneceram o conteúdo básico da regra de fé.

Mas por que isso foi e é necessário? A Bíblia é um livro extenso, e mesmo os leitores mais cuidadosos podem interpretá-la de muitas e diferentes maneiras. Contudo, nem todas essas formas de interpretação são, de fato, cristãs, na plena acepção da palavra. Por exemplo, uma pessoa pode ler a Bíblia de modo que veja o Deus de Israel apenas como um juiz, ou seja, uma antítese do Pai gracioso apresentado nos evangelhos. Mas esta não é a leitura cristã nem do Antigo nem do Novo Testamento. Nos primeiros séculos do cristianismo, a regra de fé ajudou a assegurar que os cristãos mantivessem a conexão entre as duas partes das Escrituras, uma visão ampla na qual o Deus da Criação e da Aliança, revelado aos patriarcas e à nação de Israel, é também o Deus revelado em Jesus Cristo.

A regra de fé, baseada na crença no Deus Trino, tem sido um elemento crítico para a leitura da Bíblia desde a Igreja Primitiva, passando pela Idade Média e pela Reforma Protestante. Os reformadores enfatizaram que a Escritura (e não a tradição da Igreja) era a única e definitiva regra de fé. Lutero, Calvino e outros confirmaram isso, de forma clara e entusiástica, ao defender uma abordagem das Escrituras com base na Trindade. Ao interpretar o Velho Testamento assim como o Novo, os reformadores buscavam ler as Escrituras à luz de Cristo, como o cumprimento das promessas de Deus na Criação e na Aliança, aplicando esse princípio à Igreja e aos discípulos de Jesus. Segundo muitos estudiosos contemporâneos, essa regra de fé trinitária básica estabelece as bases apropriadas para a interpretação da Bíblia como o livro-texto do cristianismo.

A regra de fé, neste sentido, é o que nos dá a percepção do que é central e do que é periférico em termos de interpretação bíblica. Ele não define com antecedência o significado de determinadas passagens; em vez disso, fornece ao leitor uma melhor percepção da esfera em que se dá a jornada da leitura da Bíblia, forjando um caminho para uma comunhão mais profunda com o divino. O novo mundo em que Deus nos coloca por meio das Escrituras é vasto e amplo, mas também tem um caráter específico. É uma jornada pelo caminho de Jesus Cristo, pelo poder do Espírito, uma antecipação do clímax da comunhão final com o Deus Trino.

Mas e a questão da necessidade de conhecimento especializado para a correta interpretação teológica das Escrituras? Ao mesmo tempo que alguns adeptos do movimento da interpretação teológica nos encorajam a um envolvimento maior com comentaristas pré-modernos e com a moderna crítica bíblica, eles também têm grande confiança na capacidade das congregações comuns de se aproximarem das Escrituras como sendo a Palavra de Deus. Duas dinâmicas são, muitas vezes, ignoradas nas interpretações bíblicas contemporâneas, especialmente, aquelas baseadas em suposições histórico-críticas. A primeira é a obra do Espírito de trazer luz à Escritura; a segunda, a interpretação bíblica “em Cristo”.

Congregações cristãs em todo o mundo cultivam uma percepção dessas duas realidades quando oram pela iluminação do Espírito, quando adoram a Deus ou quando aplicam as Escrituras na vida da comunidade em forma de discipulado e testemunho. É claro que essas práticas não são garantia de uma hermenêutica fiel, porém são dinâmicas indispensáveis para interpretar a Bíblia como, de fato, Escritura Sagrada. Isso porque a presença do Espírito em uma comunidade cristã, estabelecida em Jesus, tem a capacidade única de equipar esse grupo para interpretar a Bíblia como Palavra de Deus.

IDENTIDADE EM CRISTO

Acontece que aproximar-se da Bíblia com tais pressupostos teológicos é considerado anátema para muitos teólogos da atualidade. Eles supõem que as convicções teológicas opõem-se à fiel interpretação bíblica, ao invés de ser sua potencial aliada. Há uma preocupação genuína por trás dessa objeção: a de que a teologia deve ser extraída da Bíblia, e não imposta ao texto escriturístico. Aqueles que fazem esse tipo de objeção, normalmente, partem do pressuposto de que não somos capazes de ser imparciais em nossa interpretação, mas sim, que a Bíblia é que deve dar uma espécie de suporte a nossas conjecturas teológicas.

Embora seja correto procurar extrair da Bíblia a nossa teologia (e não o contrário), outros estudiosos observam que as convicções teológicas e as práticas religiosas, como a adoração, tornam a leitura bíblica mais frutífera. Como afirma R.R. Reno, no seu prefácio ao Comentário Brazos, a doutrina teológica “é um aspecto crucial da pegagogia divina, um agente de esclarecimento para nossas mentes turvadas pelos enganos”. Naturalmente, uma leitura teológica da Escritura pode conter também armadilhas. Mas a solução, definitivamente, não é deixar o estudo da Bíblia somente para os especialistas acadêmicos. Pelo contrário – é recuperar a perspectiva do lugar das Escrituras em meio à obra de redenção divina e abraçar a tarefa de ler o texto bíblico com abertura suficiente para que Deus possa reformar e remodelar nossa caminhada. Assim, faremos morrer o velho homem e dar espaço a uma nova identidade em Cristo.

Devemos também evitar o outro extremo: interpretar a Bíblia sozinhos, sem qualquer ajuda. Em nossos dias, muitos acreditam que o indivíduo pode ser um intérprete “todo-poderoso” do texto sagrado – não haveria necessidade de consultar o que dizem os comentaristas nem tampouco estar integrado a uma comunidade de fé. Apenas o indivíduo, a Bíblia e o Espírito Santo bastariam. Embora, por vezes, o dito reformado Sola Scriptura seja usado para justificar tal procedimento, ele é, na verdade, uma grave distorção desse princípio protestante. Os principais exegetas da Reforma consultaram o que outros escreveram através dos tempos, bem como aprimoraram seus conhecimentos das línguas bíblicas e se aperfeiçoaram em outras habilidades necessárias à correta hermenêutica.

O movimento da interpretação teológica das Escrituras busca reunir o que a modernidade dividiu: o discipulado e o estudo bíblico crítico. Agostinho, em sua obra intitulada Sobre o ensino cristão, afirma que Jesus Cristo, como o Deus-humano encarnado, é a “estrada” para nossa pátria celestial. Assim, toda interpretação da Escritura deve ser necessariamente feita à luz de Jesus Cristo – e conduzir ao nosso crescimento no amor a Deus e ao próximo. Paralelamente, Agostinho destaca que ter conhecimento do grego e do hebraico é muito importante para a interpretação das Escrituras. Em pleno século 5, Le já dizia que a leitura bíblica agrupa as disciplinas da história, da retórica, da lógica e do que modernamente chamaríamos de antropologia cultural.

Assim como Agostinho, o movimento da interpretação teológica tem buscado aproximar o discipulado cristão do estudo acadêmico das Escrituras. Desta maneira, mesmo narrativas extremamente ligadas ao contexto cultural e religioso no qual foram escritas ganham novos contornos. As passagens dos evangelhos que se referem aos fariseus, por exemplo. À primeira vista, as repreensões de Jesus àquele grupo não dizem respeito ao leitor moderno. Mas o estudo histórico tem mostrado que os fariseus não eram apenas legalistas estereotipados – eles buscavam de fato uma renovação na obediência à Lei da Aliança, a partir das promessas de Deus para Israel. É verdade que pensavam diferente de Jesus e dos primeiros cristãos, mas também é certo que havia aspectos comuns entre eles.

Assim, quando pensamos estar livres de quaisquer implicações das duras palavras de Jesus aos fariseus, o raciocínio em perspectiva histórica nos ajuda a, mais uma vez, a aplicar em nossas vidas a mensagem (sempre tão pungente) da Palavra de Deus. Em termos mais gerais, pode-se dizer que o estudo crítico ajuda os leitores a evitarem erros que atrapalhem uma leitura bíblica frutífera. Tais equívocos podem ser mal-entendidos quanto aos tipos bíblicos ou equívocos de interpretação de natureza linguística ou cultural. Daí a importância do conhecimento das línguas originais e de crítica textual. Embora tais elementos não sejam imprescindíveis à apropriação dos conteúdos espirituais da Palavra de Deus, eles fornecem caminhos seguros para uma hermenêutica mais fundamentada. Como Agostinho sugeriu, vários métodos interpretativos são válidos. Entretanto, eles precisam conduzir a uma compreensão da Bíblia como a poderosa Palavra de Deus e a um entendimento da Igreja como uma comunidade de discípulos, que cresce à imagem de Cristo.

VIVER PELA PALAVRA

Uma característica fundamental de muitos trabalhos na área da interpretação teológica tem sido o renascimento de formas de interpretação bíblica essencialmente simbólica. Sob esse ponto de vista, o Antigo Testamento não tem apenas um sentido histórico – como querem muitas correntes –, mas também espiritual, que se estende a Jesus e à sua Igreja nos dias de hoje, na forma de alegorias ou tipologias essenciais à vida cristã. Ao longo dos últimos dois mil anos de cristianismo, raramente os exegetas deixaram a figura de Jesus fora de sua leitura do Antigo Testamento. Assim, a narrativa da primeira parte da Bíblia Sagrada continuou a ter integridade, mesmo quando significados “espirituais” referentes a Cristo foram sobrepostos a ela.

Esta abordagem do Velho Testamento está baseada no próprio Novo Testamento, que nos dá bons exemplos dela. Para os escritores neotestamentários, não é apenas um salmo ou profecia messiânica ocasional que se aplica a Cristo – eles leem todas as Escrituras de Israel sob a perspectiva do advento e da obra salvadora do Filho de Deus. Por exemplo, o livro de Hebreus começa com sete citações de textos do Antigo Testamento a partir de diversos contextos (Salmos, Deuteronômio e II Samuel); no entanto, é inegável que todas elas se aplicam a Cristo. Isso não se deve à hermenêutica particular do autor da epístola, mas a seu entendimento de quem é Cristo no plano de salvação de Deus: “Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo. O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser” (Hebreus 1.1-3, na Nova Versão Internacional).

O Filho foi o cumprimento de diferentes passagens do Antigo Testamento. Embora, nas palavras do escritor, ele não tenha sido reconhecido como verdadeiro Messias em seus dias, o Filho é o Criador e também é o “herdeiro de todas as coisas” – e, em Jesus Cristo, deu-se a conhecer na história humana. Isso significa que uma leitura espiritual do Antigo Testamento não pode aniquilar a sua narrativa em si. Quando o Jesus ressurreto abriu o entendimento de seus companheiros no caminho de Emaús “para entender as Escrituras”, ele não disse que a lei de Moisés, os escritos dos profetas e os Salmos tinham sido descartados, mas sim, que estavam se cumprindo nele (Lucas 24.44-45).

Como observa John Webster, teólogo da Universidade de Aberdeen, na Escócia, e um dos maiores defensores da interpretação teológica, a “leitura das Escrituras é um episódio na história do pecado e de sua superação; e vencer o pecado é a obra única obra de Cristo e do Espírito”. Assim, de acordo com esse raciocínio, a leitura bíblica está inevitavelmente ligado à regeneração. Como tal, lemos a Bíblia esperando receber uma palavra divina – tanto de conforto, quanto de confronto. A Palavra de Deus nos renova, ao mesmo tempo em que confronta nossos ídolos pessoais e culturais, traz luz ao nosso caminho e nos equipa para nosso serviço neste mundo.

Assim, ver a Bíblia como a Palavra de Deus envolve deleitar-se nela, memorizá-la e viver por ela. Quando Jesus foi tentado por Satanás, respondeu com passagens bíblicas que tinha na memória. Paulo, em sua Epístola aos Colossenses, adverte os crentes a deixarem a palavra de Cristo “habitar” abundantemente em si. Já o evangelho de João mostra a dinâmica trinitária do viver pela palavra do Filho de Deus, quando diz que o Espírito, enviado aos crentes, glorificará Cristo. Deleitar-se e viver pela Palavra de Deus é algo extremamente prático e tem a ver com nossas finanças, família e até mesmo nossos corpos. No entanto, não se deve entrar por tal caminho em busca de sucesso neste mundo, mas, sim, da mortificação de nossa velha criatura e para a nova vida realizada pelo Espírito Santo.

Desta forma, podemos ler a Bíblia confiantemente, sabendo que Deus age de forma poderosa através de sua Palavra, por meio da adoração comunitária, em meio à oração, à memorização, ao ensino e ao testemunho. Não temos, necessariamente, que dominar plenamente a Bíblia para, então, torná-la relevante em nossas vidas. Pelo contrário: através das Escrituras, o Senhor nos abre um novo lugar de habitação – um local de comunhão com Cristo em um caminho que conduz ao amor a Deus e ao próximo.

Nossa jornada rumo à santificação não termina nesta vida; assim, também, não é neste mundo que finda nossa jornada de meditação nas Escrituras. Lutamos contra elas, muitas vezes, quando nos diz o que não queremos ouvir. Mas elas também confirmam e edificam nossa nova identidade em Cristo. Em tudo isso, o valor da Palavra de Deus é inesgotável, porque o Espírito usa a Escritura para testificar de Cristo, que é o Verbo enviado pelo Pai. Quando lemos a Bíblia como Escritura divinamente inspirada, não somos os dominadores, mas os dominados – e, por meio dela, recebemos do Deus Trino o seu fôlego de vida.


Fonte: Cristianismo Hoje

O que significa ser crente hoje


No início da Era Cristã, os discípulos de Jesus foram chamados de cristãos, mas isso nada tinha de elogio; era apenas um adjetivo pejorativo, pois eles eram “diferentes”. Naquele tempo eles eram perseguidos e lançados às feras. Quando o cristianismo se tornou a religião majoritária e oficial, cristão virou substantivo. Ficou “chique”, pois não mais havia perseguições e apenas se requeria deles mera formalidade exterior.

Aconteceu de modo semelhante com os crentes no Brasil. De um passado de perseguições inclementes, ocasião em que muitos pagaram com a própria vida por causa de suas convicções, depois as coisas mudaram. Com inúmeras igrejas e teologias para todos os gostos (e desgostos), ser crente ganhou uma conotação “chique” que destoa de seu antigo significado.

Muitos acham que crente é aquele que não mata, não rouba, não mente, não tem vícios, frequenta igreja, veste-se modesta e decentemente, e não fala coisas inconvenientes. Outros acham que o crente não precisa ser diferente, isto é, pode viver do mesmo jeito que vivia antes, desde que faça as coisas “em nome do Senhor”. Já outros acham que, sendo crentes, adquirem um passaporte para um mundo-cor-de-rosa, tornando-se supercrentes: jamais ficam doentes, não têm crises financeiras, nem quaisquer problemas.

Embora respeite opiniões contrárias, entendo que ser crente é algo mais profundo, pois tem a ver com a mente e o coração, com uma radical mudança na essência do ser, e não apenas com meras atitudes exteriores. Pode-se tentar dar muitas definições, mas ser crente jamais passará disso: uma nova criatura a viver de conformidade com o Evangelho de Jesus Cristo. Esse ponto tem sido ignorado e traz muitas confusões às mentes das pessoas.

Mas o termo crente está em desuso. Agora, o chique é ser evangélico. Quando mulheres famosas posam nuas, falam imoralidades e rebolam “em nome do Senhor”, se dizendo evangélicas e defendendo que o exterior não importa, pois “Deus quer é o coração”; quando bandidos contumazes cometem todo tipo de atrocidade, mas no dia seguinte a serem pegos já se postam com a Bíblia na mão e se dizem evangélicos; quando desvios de comportamento procuram ser atenuados com essa nova palavra mágica, então podemos ver que algo está errado não só no entendimento do que significa ser evangélico, mas no próprio “modus vivendi” das pessoas que trazem afrontas e vitupério ao nome de Cristo.

Crente e evangélico, por definição, deveriam ser essencialmente a mesma coisa — aquele que segue fielmente o Evangelho. O problema é o desvio espiritual de quem quer apenas um rótulo chique, cuja religião demonstra cristianismo sem Cristo, discipulado sem cruz, privilégios sem responsabilidades, espiritualidade sem amor, liturgia sem liberdade do Espírito, e piedade sem poder de Deus.

Se crente é aquele que segue o Evangelho, tomemos uma expressão do Sermão do Monte para julgarmos a situação segundo a reta justiça. Jesus disse: “Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido... para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte”.

A função primária do sal é salgar, preservar e dar sabor. O propósito da luz é iluminar. São coisas tão evidentes que não necessitam de ilustração. Jesus as utilizou para deixar claro que esperava de Seus discípulos que a sua influência na sociedade fosse semelhante ao sal e luz.

O problema é que alguns são “crentes” apenas nominalmente, não são regenerados; são “crentes” insípidos e em trevas, que nunca salgam e jamais iluminam nada. Jesus os identificou como “joio”. Estes alargam o “caminho estreito” da salvação e fazem com que o nome do Senhor seja blasfemado. Em contrapartida, louvo a Deus pelos crentes fiéis, os quais vivem de modo digno do Evangelho, honrando o bom nome de Cristo e demonstrando com o seu exemplo que a verdade do Evangelho se credencia na prática.

Quando a sociedade julga os crentes por aqueles que não vivem de acordo com o Evangelho, podemos tirar disso uma lição. A sociedade espera que sejamos realmente diferentes, que vivamos o que pregamos, não o contrário. Quando somos expostos pela imprensa por causa de uns poucos “convencidos” (não convertidos), isso só deve nos fortalecer no propósito de continuarmos a ser sal e luz num mundo que se revolve cada vez mais na podridão de suas próprias trevas espirituais e morais.

Jesus disse que a árvore é conhecida pelos seus frutos. E também afirmou: “Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor!’ entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus”.

Vale a pena ser crente em Jesus!

Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

Boletim Informativo - 22/01/2012

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domingo, 15 de janeiro de 2012

Hora do povo de Deus celebrar

E ofereceram, no mesmo dia, grandes sacrifícios e se alegraram; porque Deus os alegrara com grande alegria; e até as mulheres e os meninos se alegraram, de modo que a alegria de Jerusalém se ouviu até de longe. 
Neemias 12:43



Como você reage, ao receber de Deus grandes vitórias, mesmo depois de passar por várias dificuldades? O certo é atentarmos para o conselho do salmista: Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os moradores da terra(Sl 98:4a). Neemias fez isso. Após encarar e vencer os desafios concernentes à reconstrução dos muros de Jerusalém convocou o povo a celebrar a Deus por essa grande realização. O termo “celebrar”, do hebraico hãgag, tem o mesmo sentido de festejar, comemorar, realizar com solenidade. Sl 98:4 e Mt 22:2 expressam isso de maneira clara. A celebração a Deus será o foco deste estudo.

Durante os outros artigos publicados  sobre Nemias, deparamo-nos com a tremenda experiência de um líder, cujos esforços estavam focados em terminar uma grande obra de reconstrução. Para isso, ele teve de lidar com muitos problemas difíceis de resolver: a indiferença, a oposição, a injustiça, a calúnia etc. No capítulo 12, porém, a preocupação de Neemias é outra. Todos os problemas cederam lugar à celebração. Neste capítulo, não vemos resquícios de tristeza, choro, amargura ou algo semelhante. Neemias e o povo estavam certos: “O tempo de lamento cessou; é hora de celebrar!” Mas a celebração a Deus não foi realizada de qualquer maneira. Há alguns aspectos da celebração a serem considerados:



O júbilo: 


O versículo 27 de Neemias 12 menciona a dedicação dos muros de Jerusalém. Nessa época, as “dedicações serviam não somente para reconhecer certas coisas como santas, mas também para colocar coisas seculares sob a proteção divina e santificá-las”. [1] O texto também relata a forma como essa dedicação foi feita: ... com alegria, louvores, canto, címbalos, alaúdes e harpas. O propósito de Neemias era realizar uma celebração agradável a Deus. Portanto, ela deveria ser marcada pelo louvor jubiloso. Não foi sem razão que os levitas de Judá foram convocados para colaborar na celebração, afinal, eles tinham muita habilidade, dentre outras coisas, com a música. O capítulo 12 do livro “enfatiza o louvor jubiloso de todo o povo. O cântico é citado oito vezes neste capítulo; as ações de graças, seis vezes; o regozijo, sete vezes; e os instrumentos musicais, três vezes.” [2] A alegria é uma marca visível da igreja de Deus. Neemias disse que a alegria do SENHOR é a vossa força (Ne 8:10). O júbilo não deve ser reprimido nos momentos de celebração a Deus, mas expresso de modo contundente. O povo entendeu isso, pois as mulheres e os meninos se alegraram, de modo que o júbilo de Jerusalém se ouviu até de longe (Ne 12:43c).

O motivo:


Durante muito tempo, o povo hebreu foi alvo da zombaria e do desprezo de seus inimigos. Teve de conviver, durante muitos anos, com a triste decadência de um dos símbolos mais relevantes da sua história: Jerusalém. Esta já não tinha glória alguma; estava completamente destruída e os seus muros, derrubados. No entanto, Deus mudou o rumo dessa história. Jerusalém, que vivera mais de cem anos debaixo dos escombros, agora, estava restaurada e os seus muros, reconstruídos. O povo celebrou com grande e intenso júbilo essa conquista. [3] Neemias e o povo celebraram ao SENHOR pela vitória que lhes proporcionou. Esse motivo é expresso em Ne 12:43b: Deus os alegrara com grande alegria. Os inimigos haviam subestimado o povo de Deus e o Deus do povo (Ne 4:3), mas tiveram de reconhecer que estavam errados. Quando celebramos a Deus pelas vitórias que ele nos dá, declaramos a sua onipotência e o seu cuidado para conosco. Além disso, reconhecemos que dele dependemos. Neemias não era o único a ter essa certeza. A respeito dos seus inimigos ele disse: ... reconheceram que por intervenção de nosso Deus é que fizemos esta obra (Ne 6:16). 


A pureza: 


Celebrar a Deus por meio do louvor é um ato de adoração. Esta, por sua vez, precisa ser pura, afinal, o Deus que a recebe é santo em sua essência. Mas a adoração jamais será pura e aceita por Deus, se o adorador estiver impuro. O povo de Israel entendia que aquela grande celebração exigia pureza. A fim de santificarem-se para este evento, Neemias tomou a seguinte atitude: Purificaram-se os sacerdotes e os levitas, que também purificaram o povo e as portas e o muro (Ne 12:30). “O modo usual de purificação consistia em banhar o corpo e lavar as roupas (Lv 15:8,10,11)”. [4] A aspersão de sangue era também utilizada para esse fim (Lv 14:4-7). A pureza não era um propósito somente dos sacerdotes ou dos levitas, mas de todo o povo. Todos tinham seus corações voltados para o Senhor. Hoje, não deve ser diferente. Os corações de líderes e liderados precisam estar voltados para Deus. Infelizmente, muitos erram nesse sentido, cantando aquilo que não vivem e esquecendo que o louvor é para glorificar a Deus, não a si próprios. Todavia, se estes perguntarem: Quem subirá ao monte do SENHOR? Quem há de permanecer no seu santo lugar? (Sl 24:3), obterão a seguinte resposta: O que é limpo de mãos e puro de coração (Sl 24:4).


A união: 


A reconstrução dos muros foi, sem dúvida, a grande conquista de Neemias e do povo. Mas eles não a conseguiram por acaso. Havia algo importante por trás disso: a união. Os inimigos da obra bem que tentaram esfacelar esta união genuína, por meio de calúnias proferidas contra o líder Neemias. Mas não conseguiram. Se a união fosse abalada, o trabalho seria prejudicado. Os muros eram o resultado de um trabalho conjunto. Havia união na diversidade e na adversidade. Havia união na celebração. O versículo 28 começa assim:Ajuntaram-se os filhos dos cantores. Isso porque todos “os sacerdotes e cantores, deveriam vir, de todos os lugares, para a grande celebração”. [5] A liderança era unida. Havia harmonia não somente no som dos instrumentos musicais, mas também no relacionamento entre aqueles que os tocavam. Tanto ricos quanto pobres, líderes e liderados cantavam em exaltação ao Rei dos reis. Nem as mulheres, nem as crianças ficaram de fora (Ne 12:43). As vozes eram diversas, mas o louvor era o mesmo. Havia diferença entre as pessoas, mas não indiferença. A acepção fora superada pela união. Esta forma de celebração agrada a Deus.

A ordem:



Aquela celebração fora detalhadamente organizada. Quando algo é feito para Deus, deve ser feito da melhor maneira e com muita dedicação. Foi isso que Neemias fez: Eu levei os chefes de Judá para cima do muro e dividi o coro em duas fileiras compridas (Ne 12:31 – NBV). Uma grande procissão de celebração fora iniciada. Mas não se tratava de uma festa aleatória, sem sentido e sem propósito. Cada coro tinha um itinerário diferente (vv. 37-38), mas um mesmo destino: a casa de Deus (v. 40). Neemias organizou os grupos e dividiu as pessoas, de acordo com as suas devidas funções e consagrações. Uns estavam encarregados de tocar as trombetas (vv.35,41), enquanto outros tocavam outros instrumentos (36). O escriba Esdras seguia à frente deles (37). Havia o regente e os cantores que dirigiam o louvor (v.42), também havia os encarregados de cuidar das ofertas e dos dízimos (v.44). Ninguém interrompia o serviço do outro. Todos participavam da celebração ao Senhor, respeitando a hierarquia ali vigente. Tudo foi feito com ordem. Eles não se digladiaram por um cargo de aparente proeminência, porque entendiam que o propósito de cada um era o mesmo: celebrar a Deus. Que dia maravilhoso aquele! Quanta alegria! Que grande vitória! Que bela pureza! Que união genuína! Que organização exemplar! Aquela festa foi inesquecível. A celebração ao nosso Deus deve ser, sim, um evento marcante. Não foi fácil para aquele povo chegar aonde chegou. A vitória foi tremenda e a celebração, contagiante. Mas a celebração não deve acontecer apenas em tempos de bonança. Mesmo se as figueiras e as videiras forem destruídas, os frutos, extintos, e não haja mantimentos, nem animais nos pastos, devemos exultar ao Senhor (Hc 3:18,19).

APLICANDO A PALAVRA DE DEUS EM NOSSA VIDA

1. É hora de celebrar! Faça-o com fervor - A reação de Neemias e do povo, em meio à celebração, era de alegria. E a nossa? Eles cantavam fervorosamente. E nós? Aquela celebração é um modelo para as celebrações do povo de Deus de nossos dias. A Bíblia diz que os justos exultam na presença de Deus e folgam de alegria (Sl 68:3). Precisamos celebrar com grande júbilo e fervor as nossas conquistas. A vida cristã deve parecer mais com uma festa de casamento do que com um enterro. [6] Portanto, não se intimide, mas seja um cristão fervoroso no louvor. Aceite o convite do salmista: Vinde, cantemos ao Senhor, com júbilo, celebremos o Rochedo da nossa salvação (Sl 95:1).


2. É hora de celebrar! Faça-o com dignidade - Deus é santo e a celebração a ele não pode ser desprovida de santidade. Os levitas, os sacerdotes e o povo tomaram uma atitude admirável: purificaram-se (Ne 12:30). É óbvio que o modo como isso era feito, naquela época, não deve ser feito hoje, ou seja, por meio da lavagem com água, aspersão de sangue etc. Porém, o princípio continua válido. Tanto os que pregam a palavra quanto os que tocam e cantam os louvores precisam comparecer diante do Senhor com mãos santas e vidas puras (Sl 24:4). 

3. É hora de celebrar! Faça-o com dedicação - Os muros foram reerguidos sob exaustivo e dedicado trabalho. Não foi à toa que a duração da obra não ultrapassou os 52 dias (Ne 6:15). A celebração vitoriosa não foi diferente. Havia comprometimento de todos os participantes. Todos davam o melhor de si, no louvor cantado ou tocado. Verdade é que poucos toleram o trabalho que é feito de modo relaxado. Deus jamais irá tolerá-lo (Jr 48:10). O Deus de Neemias é nosso também. Portanto, encare o ato da celebração ao Senhor com seriedade. Dedique-se a ele, dê o seu melhor!

CONCLUSÃO

Sempre haverá motivos para celebrarmos ao Senhor. O ato da celebração é constante. Tanto hoje como amanhã poderemos afirmar: é hora de celebrar! A propósito, temos feito isso? Reflitamos sobre o assunto. Como vimos, a celebração envolve louvor jubiloso, um motivo vitorioso, pureza, união e ordem. Que, nesta geração, se levantem muitos Neemias dispostos a convocar o povo à celebração que agrada a Deus. Que os cristãos contemporâneos se espelhem naquele povo e celebrem ao Rei dos reis com fervor, dignidade e dedicação.



Por Paulo César Amaral

sábado, 14 de janeiro de 2012

Evangélicos que amam mais ao seu time de futebol do que amam a Deus

Essas últimas rodadas do campeonato brasileiro serviram para me deixar muito preocupado com alguns daqueles que se dizem cristãos. Bom, deixe-me explicar: Para inicio de conversa, inúmeras pessoas deixaram de ir a Igreja, para assistirem no estádio ou em casa o jogo do seu time de futebol. Junta-se a isso, o fato de muitos destes verbalizaram nas redes sociais seu amor pelo clube de coração, não poupando palavrões  bem como expressões que não convém aos santos ao se sentirem contrariados pelos torcedores rivais.

Caro leitor, vamos combinar uma coisa? Por mais que se goste de um time de futebol considero absurdo o  cristão que deixa  de ir a um culto para ficar em casa assistindo uma partida futebolística. Sinceramente questiono as prioridades daqueles que optam ver o jogo do seu time  a servir ao Senhor com os irmãos num culto de domingo. Ouso afirmar que os que sentem mais prazer nisso, definitivamente precisam rever ser valores. Além disso, não consigo entender as palavras ríspidas e agressivas ditas por alguns dos nossos irmãos nas mídias sociais. O fato do time de alguns dos crentes ter sido eliminado ou  perdido  uma partida  importante, tem transformado torcedores em seres mal-educados. Além disso, basta alguém fazer qualquer piada relacionada ao seu time, que lá vem bomba!

Pois é, lamentavelmente, essa galera ao ser "trollada" entra rapidamente na pilha demonstrando com isso que ama muito mais o seu time do que aquele que o salvou.

O que me chama a atenção é que tais pessoas falam com paixão do seu time de futebol, mas são incapazes cde testemunhar do Deus que o salvou; choram na derrota do seu time, mas, não se quebrantam diante da Palavra do Senhor; são intrépidos para falar do seu clube, mas incapazes de pregarem Cristo; cantam os hits futebolísticos com paixão e devoção, mas não se emocionam diante do Eterno; abraçam aqueles que nunca viram na hora do gol, mas são incapazes de abraçarem seus irmãos em Cristo.

Dias difíceis os nossos!

Pense nisso!

Rev. Renato Vargens

Você é um descendente do Rei Davi?


Pois engrandece a salvação do seu rei, e usa de benignidade com o seu ungido, com Davi, e com a sua semente para sempre. Salmos 18:50
Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, dando-vos as firmes beneficências de Davi. 
Isaías 55:3

Respire profundamente e pense sobre o seu lugar no trono do rei Davi, o grande rei de Israel na antiguidade. Os cristãos são realmente os herdeiros das promessas feitas a Davi e aos seus descendentes? Em Salmos 18.50, Davi afirmou: “É ele quem dá grandes vitórias ao seu rei e usa de benignidade para com o seu ungido, com Davi e sua posteridade, para sempre”. Os cristãos podem, três mil anos depois, ler estas palavras e reconhecer que estão incluídos na promessa de vitória e de benignidade?
Considere Isaías 55. Este capítulo começa com um convite amplo: “Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite” (v. 1). Esse convite inclui todos os que virão a Deus famintos, sedentos, arruinados e prontos a satisfazerem-se na graça, em vez de satisfazerem-se no mundo e nas riquezas. Em seguida, no versículo 3, falando para o mesmo grupo, Isaías disse: “Inclinai os ouvidos e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, que consiste nas fiéis misericórdias prometidas a Davi”. Observe: esta aliança é prometida a todos que, famintos e sedentos, vêm a Deus em busca de satisfação. Além disso, esta aliança inclui as “fiéis misericórdias” de Deus prometidas a Davi”.
Por conseguinte, é verdade que os santos humildes e famintos são os beneficiários das promessas feitas ao rei Davi. Como isso se cumpre três mil anos depois?
Bem, Deus planejou que as promessas feitas a Davi seriam cumpridas por intermédio de um “Filho de Davi”, que seria o “Ungido” de Deus, ou seja, o Messias (ver Salmos 18.50, citado anteriormente). O trono de Davi seria o trono do universo, e o governo que fluiria desse trono seria eterno — “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9.6). Esta foi a mensagem que Deus enviou a Davi, por meio do profeta Natã: “Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; a minha misericórdia não apartarei dele… Mas o confirmarei na minha casa e no meu reino para sempre, e o seu trono será estabelecido para sempre” (1 Crônicas 17.13-14).
O Novo Testamento proclama que Jesus é este Messias, este “Filho de Davi”. “Eu, Jesus… Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a brilhante Estrela da manhã” (Apocalipse 22.16). Este era o âmago da pregação dos apóstolos: “Saulo, porém, mais e mais se fortalecia e confundia os judeus que moravam em Damasco, demonstrando que Jesus é o Cristo” (Atos 9.22).
E como nós, crentes, nos relacionamos com este “Filho de Davi”, este rei final, em quem agora descansa o governo eterno deste mundo? Em uma sentença rara, Hebreus 2.13 cita o Messias como que proferindo esta mensagem ao seu povo: “Eis aqui estou eu e os filhos que Deus me deu”. Em outras palavras, os seguidores de Jesus, o Messias, o “Filho de Davi”, o rei eterno, são os seus filhos, seus descendentes. Isto é semelhante a Gálatas 3.7, onde Paulo disse: “Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão”. Ou seja, a fé nos une a Cristo, o descendente de Abraão (Gálatas 3.16). E, por meio dessa união, nos tornamos filhos de Abraão e beneficiários das promessas que Deus lhe fez. De modo semelhante, a fé nos une ao “Filho de Davi”, de modo que nos tornamos filhos de Davi e beneficiários de suas promessas.
Isto significa que Salmos 18.50 se aplica, de fato, a nós. “É ele quem dá grandes vitórias ao seu rei e usa de benignidade para com o seu ungido, com Davi e sua posteridade, para sempre” (Salmos 18.50). Em Cristo, somos a posteridade de Davi. As grandes vitórias são nossas. A benignidade é nossa. As “fiéis misericórdias prometidas a Davi” (Isaías 55.3) são nossas. E, para nos deixar completamente extasiados, o Rei promete: “Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono” (Apocalipse 3.21).

Por John Piper

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domingo, 8 de janeiro de 2012

A melhor maneira de julgar o próximo

Dizia o profeta que nosso senso de justiça é como trapo de imundícia (ou aqueles “paninhos” usados como absorventes íntimos pelas mulheres judias na antiguidade). A menstruação é para o judeu algo imundo, e sua Lei ordena que o homem sequer, neste período, se deite com a mulher, durante dez dias. Imagine alguém que enxuga um prato, por exemplo, usando esse tipo de pano. Você certamente, ao visualizar a cena, deve ter ficado com estômago revirado, mesmo se o que vai na louça “enxugada” for o mais delicioso dos manjares.

Assim fica o quadro distorcido de nosso senso de certo e errado, resultados de experimentar do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Não é limpar, é sujar mais ainda. “Não julgue para que não seja julgado, já que são os mesmos critérios aplicados por você que serão usados na avaliação de você mesmo”(Mt 7:1-2), parafraseando o que ensinou o Mestre.

Muitos radicais religiosos amam botar o dedo em riste no rosto alheio, sem lembrar desse ensinamento simples. Possivelmente, no dia do juízo, eles mesmos se condenem, já que nunca exercitaram a misericórdia (saber que o outro é culpado e perdoar assim mesmo. Diz a Bíblia que Deus é rico nisso). Nosso senso crítico jamais deixaria um culpado impune, embora esperemos que, quando fomos pegos em nossos delitos – não existem inocentes – sejamos perdoados por um ou outro ato de bondade feitos por nós durante a vida, quando usaremos mercenariamente isso como moeda de troca. Nem lembramos que praticarmos atos bons é obrigação, deveria ser próprio de nossa natureza, por sermos imagem e semelhança Dele.

Falta-nos admitir que nossa visão é estreita: Quem é o culpado pela criança abandonada, que morre como aborto nas ruas de uma metrópole quando tentava fazer mais um furto que ocasionou na morte do assaltado? Uns dirão: “Culpa dos pais! Puseram filhos no mundo e largam na vida!” Mas então, descobriremos que foi uma escolha da criança mesmo:“Culpa dela, as influências dos maus amigos...” Mas ela fugia de maus tratos de algum pai ou mãe alcoólatra, ou são os filhos do crack, gerados por indigentes viciados nas calçadas frias, entre o lixo e os ratos. Não faziam filhos, copulavam como manda o extinto.

E agora? A quem acusaremos? O traficante, que vive da destruição alheia? De um grupo de maus policiais que permite, através de corrupção, que traficantes permaneçam vendendo? De um sistema que jaz no maligno e que insistentemente mantém vidas nos lixos existenciais e misérias sociais? Do sistema perverso que se mostra sempre intransponível, impossível de ser quebrado?

Talvez a culpa esteja nas mãos daqueles, que vivem arrotando sua vontade de ajudar o próximo por amor a Deus, mas no fundo quer mais é que esses morram logo, para o mundo ficar com aquele colorido bonito dos cultos de domingo, sem o cheiro de urina e suor que esses indesejáveis emanam.

Qual o resultado de milhares de pessoas sendo manipuladas por jornais e revistas, inculcando critérios distorcidos, quando sugerem – por exemplo – que você deve mandar dinheiro para eles, para ELES darem um jeito na situação. Uma meia dúzia será filmada, para provar o bom uso das ofertas, enquanto tudo, os milhares de milhares, continuará como estão, vivendo para serem empurrados na vala comum da existência.

Por que você terceirizou a bondade que deveria fazer? Mandou suas ofertas para não ter que pensar que falha dentro de sua própria casa? A solução está na primeira frase: Não julgue, esteja atento para o serviço, prudente como uma serpente, mas na tranquilidade e simplicidade das pombas que passeiam nas praças, transitam pacíficas entre gigantes, sem se importar com as probabilidades de serem aniquiladas. Quando se crê em Deus e sua providência isso é possível.

Aprender a deixar nosso aclamado ego em segundo plano pode ajudar a perceber nossas deficiências, largar togas que não nos pertencem e nem nos cabem, entregar nossas escolhas a Deus em lugar disso, e perceber como nosso caminho começa a nos levar a um lugar iluminado só nos lembrará que procuramos a luz por estarmos ainda cercados pelas trevas de nossa alma. Nós nem nos damos conta... Isso pode evitar nossa própria condenação, diante de nós mesmos.

Certa vez Davi foi procurado por um profeta, que pedia-lhe parecer sobre o caso de um homem rico, dono de grandes rebanhos, mas que roubou a única ovelha de um funcionário, e de quebra, mandou que assassinassem-no. O rei irou-se, declarando que tal homem perverso era digno de morte. O problema era que o tal homem perverso, digno de morte, era o próprio Davi, que matara um de seus soldados só para assumir a mulher dele, no qual engravidara enquanto esse batalhava suas guerras.

Sim. É julgando exatamente assim, com a justiça do olho por olho, que você se condena.



Por Zé Luís

Neemias Leva o Povo a Assumir um compromisso com Deus


Por causa de tudo isso, nós, o povo de Israel, estamos fazendo por escrito um acordo solene. E as nossas autoridades, os nossos levitas e os nossos sacerdotes vão assiná-lo. (Ne 9:38)
A primeira reforma promovida por Neemias foi estrutural. A cidade passou por uma imensa reforma física, econômica e social. Já a segunda reforma foi espiritual. [1] Esta foi a mais importante. Surgiu do desejo de conhecer a palavra de Deus. O povo começou a estudar a Bíblia e orar, e os resultados vieram: choro pelo pecado, confissão e vontade de acertar-se com Deus. Então, Israel não quis ficar só nas palavras e nem na emoção do momento: decidiu fazer uma aliança com o Senhor, assumindo e registrando compromissos.
Uma coisa é sermos impactados pela palavra e fazermos uma oração fervorosa de confissão, como pode ser visto no capítulo 9 de Neemias, que foi explanado no estudo anterior; outra, muito diferente, é sermos fiéis a Deus e nos mantermos assim, depois que dizemos: “Amém”. [2] Israel levou a sério aquela oração e estava decido mesmo a recomeçar. Os líderes e todo o povo fizeram um pacto solene de fidelidade. Essa atitude é desafiadora para nós hoje, pois vivemos numa época em que muitas pessoas não gostam de assumir compromissos. Neste estudo, que se baseia em Neemias 10, refletiremos sobre os participantes e os compromissos desta aliança de fidelidade feita com Deus.
1. Os participantes: O capítulo 9 termina assim: Em vista disso tudo, nós estamos fazendo um acordo, por escrito (...) e assinamos este contrato (Ne 9:38 – NBV). Com essa atitude, os companheiros de Neemias estavam dizendo: “Senhor, (...) que isso signifique uma promessa selada (...). Assinaremos nossos nomes a fim de provar que manteremos a promessa”. [3] Deste modo, o capítulo que estamos estudando começa com uma lista dos nomes daqueles que selaram o documento (Ne 10:1-27). Sabe quem é o primeiro da lista? Neemias é claro!
O líder deve sempre ser o exemplo, e Neemias era. Este homem não era do tipo que dizia “faça o que eu mando, mas não o que faço”. É lamentável quando o pastor quer que a igreja mude, mas ele mesmo não dá o exemplo. Também é igualmente triste pais quererem que os seus filhos assumam um compromisso que eles próprios nunca quiseram assumir. Semelhante é o caso de um líder da igreja local que exige de seus liderados comprometimento, mas ele mesmo não é comprometido. Neemias não era assim. Ele foi o primeiro a assinar e a assumir o compromisso.
Além dele, apareceram mais oitenta e quatro pessoas que puseram o seu selo na aliança feita com Deus. Ali, estavam os nomes dos sacerdotes (10:2-8), dos levitas (10:9-13), dos líderes e nobres (10:14-27). Estes assinaram em nome de todo o povo. Os cidadãos comuns, mesmo não assinando o documento, concordaram e aderiram àquela aliança (10:28). Até mesmo as mulheres e as crianças, que não podiam colocar um selo pessoal num documento oficial, comprometeram-se também. Que cena magnífica: cada uma daquelas pessoas que ouviram a leitura e a explanação da palavra estava, agora, assumindo, com emoção e consciência, o compromisso de obedecer ao que lhe fora ensinado. Essa postura dos judeus concorda com o ensino de Tiago, que disse: Sede praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando a vós mesmos(Tg 1:23-24). O apóstolo explica a razão para isso: Pois, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, é semelhante a um homem que contempla o próprio rosto no espelho; porque ele se contempla, vai embora e logo se esquece de como era (Tg 1:23-24). Quantas vezes ouvimos a palavra, nos comprometemos com ela, mas, logo a esquecemos? É só lembrarmos as muitas promessas não cumpridas que já fizemos, a cada início de ano.
Neemias e seus amigos não queriam que isso acontecesse. Não podiam esquecer o que ouviram de Deus. Decidiram praticar e, para não esquecer, revolveram anotar num documento cada atitude a ser tomada. Fizeram um juramento, que implicaria castigo ao desobediente (Ne 10:29). Hoje, “jurar” não é a melhor forma de o cristão assumir compromissos com Deus, pois os juramentos são, em linhas gerais, baseados no medo, e o Pai celeste não deseja isso de nós: ele quer que a base de nosso relacionamento com ele seja o amor. De fato, “não somos bem sucedidos em nossa vida cristã porque fazemos promessas a Deus, mas sim porque cremos nas promessas dele e agimos em função delas”. [4] Ainda que não seja necessário jurar a Deus, é dever do cristão ser comprometido com a obediência à palavra em amor.
2. Os compromissos: Anotar, a fim de não esquecer o que devemos praticar ou melhorar é um exercício precioso. Foi isso que Neemias e os demais judeus fizeram. Diante da exposição da lei de Deus, eles perceberam claramente em que estavam falhando e decidiram fazer um pacto de mudança.
Em primeiro lugar, assumiram um compromisso com a obediência à palavra. Eles decidiram “andar na lei de Deus” e disseram: ... obedeceremos a tudo o que o Senhor, nosso Deus, nos manda; e cumpriremos todas as suas leis e mandamentos (Ne 10:29b). Eles elegeram a palavra de Deus como regra suprema e fizeram da obediência um projeto de vida. Que bela decisão!
Em segundo lugar, assumiram um compromisso com a pureza do casamento. Jerusalém estava cercada de gentios que queriam que o remanescente do povo de Deus fizesse parte de seu meio social e econômico. A melhor maneira para isso acontecer era através dos casamentos mistos. Para os judeus, as vantagens eram muitas e a tentação era enorme. Porém, não era a vontade de Deus. Essas uniões mistas com estrangeiros idólatras eram condenadas pela lei de Deus (cf. Êx 34:12-16). O motivo para a proibição desses casamentos mistos não era racial, mas espiritual e religioso. [5]
Não era uma questão de preconceito, mas de santificação do povo. Nestes casamentos, o cônjuge judeu corria um grande risco de perder a sua fé. De que forma um judeu casado com uma esposa idólatra poderia obedecer fielmente às leis cerimoniais e às leis da alimentação? Como iria educar os filhos? Em situações assim, o marido e a mulher ficavam em constante conflito e o lado judeu quase sempre cedia. Vale lembrar que casamentos mistos continuam, ainda hoje, sendo um grande problema para os filhos de Deus (1Co 7:12,13,39a; 2Co 6:14-7:1). Os jovens cristãos devem prestar atenção nisso para não sofrer no futuro.
Em terceiro lugar, assumiram um compromisso com a observância do sábado. Antes de Neemias chegar, Jerusalém era uma “cidade fantasma”, uma “terra de ninguém”, mas, após a sua reedificação, tornou-se uma “terra de oportunidades”. Devido à posição geográfica estratégica da cidade e ao talento dos judeus para os negócios, muitos viam a chance de prosperar e, de fato, alguns estavam prosperando. Outros, ali, ainda estavam buscando “seu lugar ao sol” e trabalhavam por sobrevivência. Com isso, o dia do Senhor estava sendo negligenciado. Se guardassem o sábado, teriam um dia a menos para o comércio. Então, a ganância e a falta de confiança em Deus estavam levando-os a pecar. Mas decidiram que era hora de mudar. Eles afirmaram que não comprariam nada no dia de sábado (10:31a). Seriam fiéis em seus negócios; inclusive, prometeram guardar os anos sabáticos (10:31b), isto é, de sete em sete anos, fariam a terra descansar por doze meses. Foi uma grande prova de confiança e um lindo exemplo de dependência de Deus.
Em quarto lugar, eles assumiram um compromisso com a manutenção da casa de Deus. Em Neemias 10:32-39, é repetida nove vezes a expressão “a casa do Senhor”. A ênfase é clara: eles decidiram dar a devida atenção à manutenção da obra. Por muito tempo, o povo havia negligenciado o lugar da adoração, mas agora seria diferente. Eles prometeram entregar as ofertas e os dízimos para o sustento dos levitas e dos sacerdotes e para o cuidado do templo.
Você deve ter percebido que as questões levantadas no capítulo 10 de Neemias são bastante atuais. Em nossos dias, vemos, ainda, cristãos sofrendo por causa de casamentos mistos. Vemos, também, alguns com dificuldade na guarda do sábado, tendo que escolher entre o sustento e a fé. Para outros, a questão é a fidelidade nos dízimos e nas ofertas. Poucos gostam de rever seus conceitos, de reconhecer o erro e recomeçar. Porém, a vida cristã é marcada por recomeços.  Precisamos nos consertar com Deus.
APLICANDO A PALAVRA DE DEUS EM NOSSA VIDA
Não seja superficial: Neemias percebeu que a reconstrução do muro era só uma parte de um longo percurso. Deveria andar, agora, sua segunda milha. [6] Por mais grandiosa que fosse a reforma feita na cidade, ainda era superficial. Perecia que tudo estava bem, mas não estava. Havia iniquidade dentro da cidade. Outra reforma era necessária, uma reforma espiritual, profunda e radical. Neemias não ficou satisfeito com a superficialidade do “muro” e levou o povo a um grande reavivamento espiritual. E nós? Que compromisso temos assumido com Deus? Como está nossa santidade? E nossa vida de oração? Superficial? Meu irmão, não se contente só com o “muro”, não fique só na aparência. Pegue a Bíblia e, com base nela, faça um exame completo de sua conduta e de seu interior (Hb 4:12). Se for preciso, recomece; volte atrás e refaça o seu pacto com Deus.
Não fique somente nas palavras: É triste quando os compromissos assumidos com Deus ficam apenas nas palavras. Afirmamos que vamos mudar, mas não mudamos; dizemos que vamos orar mais, e não oramos. Garantimos que iremos controlar a língua e não controlamos. Neemias não queria que isso acontecesse com Israel, e fez com que todos os líderes do povo assinassem uma aliança, com princípios de condutas. Ele não ficou só nas palavras: partiu para a ação. Se você deseja que suas promessas a Deus não sejam apenas promessas, parta para a ação. Mude sua agenda e seus hábitos. Não espere para manhã. E lembre-se:Coloque em prática a palavra de Deus, e não seja apenas ouvinte (Tg 1:22 – NBV).
Não vise somente ao seu interesse: O compromisso feito por Israel era admirável. Porém, significava abrir mão de muitas coisas. O povo iria perder casamentos socialmente lucrativos; teria de fechar o comércio aos sábados, perdendo “dias úteis”, e não iria mais sonegar os impostos para a manutenção do culto. Mas quem disse que ser fiel é algo fácil? Ser fiel é escolher a porta estreita; é andar na contramão do mundo; é remar contra a maré. Quem está disposto? Há cristãos que assumem compromissos com Deus e fazem promessas e votos para alcançar bênçãos e obter proveitos desse relacionamento. Mas quem está disposto mesmo a abrir mão das “vantagens”? Quem é capaz de negar a si mesmo? Talvez não agora, mas logo você verá que vale a pena, sim, servir a Deus (Mt 25:21; Ap 2:10).
CONCLUSÃO
Este episódio da história dos judeus nos desafia, hoje, a sermos cristãos comprometidos com a palavra de Deus e a estarmos dispostos a recomeçar. Nossa tendência é caminharmos para um afrouxamento de valores, por isso, acabamos por fazer concessões e abrir mão de alguns princípios cristãos. Por isso, de tempo em tempo, precisamos voltar à palavra e nos acertar com Deus. Que estejamos dispostos a recomeçar e a assumir compromissos com Deus.

Bibliografia:
1. LOPES, Hernandes Dias. Neemias: O líder que restaurou uma nação. São Paulo: Hagnos, 2006. pág. 165
2. WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Antigo Testamento. Vol. 2. Santo André: Geográfica: 2008. pág. 667
3. SWINDOLL, Charles R. Vamos construir juntos! São Paulo: Candeia, 2008. pág. 165
4. WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Antigo Testamento. Vol. 2. Santo André: Geográfica: 2008. pág. 668
5. KIDNER, Derek. Esdras e Neemias: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1985. pág. 127
6. GRETZ, J. R. O prefeito de Jerusalém: Segredos de Neemias para os líderes de hoje. Florianópolis: GB Comunicação, 1997. pág. 158

Boletim Informativo - 08/01/2012

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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Culto da Vigília - Ano Novo

Enilson e  sua esposa Ester
Com a chegada do final do ano, muitas de nossas igrejas aproveitam para celebrar a passagem do ano com Cultos de Gratidão a Deus.


Em Italva, por exemplo, na IPB foi realizado o Culto da Vigília com a posse dos eleitos e nomeados para o ano de 2012 e a realização da ceia na virada do dia 31 de dezembro.


O Rev. Eliseu foi o instrumento usado por Deus na pregação da Palavra, o grupo de louvor juntamente com a congregação adorou ao Senhor com cânticos espirituais que envolveram toda a Igreja. 

 Vejam alguns momentos marcantes do Culto da Vigília:




domingo, 1 de janeiro de 2012

Boletim Informativo - 01/01/2012

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